Saídão de 1.855 presos coloca a segurança em risco no DF

A liberação temporária de 1.855 presos no Distrito Federal, nesta quinta-feira (21), reacende um debate urgente: até que ponto o "saidão" prioriza a ressocialização dos detentos sem comprometer a segurança da sociedade?

Novembro 21, 2024 - 08:17
Novembro 21, 2024 - 08:24
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Saídão de 1.855 presos coloca a segurança em risco no DF

Essa medida, muitas vezes apresentada como humanitária e progressista, ignora uma realidade inquietante: o sistema penitenciário brasileiro carece de controle e monitoramento eficazes. Quantos desses presos realmente cumprem as condições impostas? Quantos não aproveitam o benefício para reincidir em crimes?

Um sistema que protege quem?

Enquanto os presos ganham o direito de sair temporariamente para conviver com suas famílias, a população paga o preço da insegurança. Não é raro vermos notícias sobre crimes cometidos por detentos liberados durante esses períodos. Para muitos cidadãos, o "saidão" não é um benefício, mas uma ameaça direta ao seu direito à tranquilidade.

Além disso, a falta de transparência sobre o monitoramento desses presos é alarmante. Apenas uma parcela é equipada com tornozeleiras eletrônicas, e a fiscalização é ineficaz. Em um país onde o índice de reincidência criminal é alto, como podemos confiar que essas liberações não colocam vidas em risco?

Transtornos além da segurança

Além do medo crescente, o "saidão" gera transtornos na rotina dos cidadãos. No DF, a interdição da Estrada Parque Contorno entre a Papuda e o Jardim Botânico reflete o impacto logístico dessa medida. Milhares de motoristas enfrentaram dificuldades por conta do comboio que transportava os presos. Uma pergunta surge: por que o Estado mobiliza tanto esforço para garantir os direitos dos detentos, mas negligencia os direitos básicos da população?

Um benefício mal planejado

Se a proposta do "saidão" é promover a reinserção social, então o sistema precisa ser repensado. Em vez de liberar quase dois mil presos de uma só vez, por que não implementar critérios mais rígidos e liberar apenas aqueles com histórico comprovado de bom comportamento e ressocialização ativa? E, acima de tudo, onde estão os investimentos em monitoramento eficiente para garantir que a sociedade não seja prejudicada?

Conclusão: insegurança institucionalizada

Enquanto o "saidão" continuar sendo tratado como um ato automático, sem um plano sólido para proteger a sociedade, ele será visto não como um benefício humanitário, mas como um símbolo de desprezo pelo cidadão comum. O Estado precisa lembrar que sua obrigação não é apenas com os detentos, mas também – e principalmente – com aqueles que cumprem a lei e confiam no sistema para protegê-los.