Paciente com câncer morre à espera de medicamentos
Euni Jorge Rodrigues da Silva, de 45 anos, morreu no dia 5 de janeiro de 2024, após esperar por mais de um mês uma decisão judicial que obrigasse o Estado do Tocantins a custear os medicamentos que ela precisava para tratar um câncer no pulmão. Os remédios, que custavam R$ 60 mil por mês, não são fornecidos pelo sistema público de saúde.
A dona de casa havia concedido uma entrevista à TV Anhanguera no dia 21 de novembro para pedir ajuda. Na época, ela já estava debilitada e com dificuldade para respirar. "Eu estou muito triste, muito preocupada. Eu não sei o que vai ser da minha vida", disse na ocasião.
Uma semana depois da reportagem, Euni passou mal e foi encaminhada para um hospital. Ela não resistiu e morreu no dia seguinte.
A irmã de Euni, Taize Jorge Rodrigues, lamentou a morte da irmã e criticou a demora do Estado em liberar os medicamentos. "Quem tem câncer, tem pressa, não dá para ficar esperando. A minha irmã, infelizmente, não podemos fazer mais nada por ela. Mas existem outras pessoas que estão em busca", afirmou.
Outra paciente que enfrenta a mesma situação é Jéssica Santos. Ela também está em tratamento contra o câncer e precisa de medicamentos que não são fornecidos pelo SUS. "Eu entrei na Justiça em julho, mas até agora eu só tive negativas", disse.
O médico oncologista Gleisson Perdigão explica que o tratamento medicamentoso é importante na luta contra o câncer. "O tratamento medicamentoso na terapia do câncer faz parte de um dos pilares do tratamento", relatou.
A Secretaria de Saúde do Tocantins confirmou que os medicamentos que Jéssica precisa não estão disponíveis. A Defensoria Pública disse que as datas das audiências são definidas pela Justiça e que a pessoa assistida deve procurar novamente o atendimento para relatar a situação de emergência.
O Tribunal de Justiça do Tocantins não respondeu aos questionamentos da TV Anhanguera sobre a urgência do caso da Jéssica e sobre a demora para liberação dos remédios da paciente Euni.