Artista venezuelana é encontrada morta no interior do Amazonas
A artista circense e cicloviajante venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, de 38 anos, foi encontrada morta em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas, na noite da última sexta-feira (5). Ela estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro, quando saiu de Manaus para tentar atravessar o estado de bicicleta.
Segundo a Polícia Civil, o corpo de Julieta foi localizado em uma área de mata, próximo à rodovia BR-174, com sinais de violência. Um casal foi preso por suspeita de envolvimento na morte da artista, que teria sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). Os suspeitos teriam roubado a bicicleta, o celular e outros pertences de Julieta.
Julieta era natural de Caracas, na Venezuela, e se definia nas redes sociais como “migrante nômade, palhaça e bonequeira cicloviajante”. Ela fazia parte de um projeto chamado “Circo Andante”, que levava espetáculos de circo e teatro para comunidades carentes na América Latina. Ela também era ativista pelos direitos humanos e pela preservação do meio ambiente.
A artista chegou ao Brasil em 2020, fugindo da crise política e econômica em seu país. Ela passou por Roraima, Pará e Amazonas, onde se apresentou em diversas cidades e comunidades ribeirinhas. Ela planejava seguir viagem até o Acre, de onde pretendia ir para o Peru e depois para a Bolívia.
A morte de Julieta causou comoção e indignação entre os amigos, familiares e admiradores da artista, que prestaram homenagens nas redes sociais. Eles pedem justiça e clamam pelo fim da violência contra as mulheres, especialmente as migrantes, que são mais vulneráveis à exploração e à discriminação.